Ibama divulgará relatório sobre a conservação dos biomas

As carvoarias clandestinas são responsáveis
pela devastação de grande parte do cerrado

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) divulgará, ainda este mês, um relatório sobre a conservação dos biomas brasileiros. Antes mesmo da liberação do documento, o coordenador-geral de Zoneamento e Monitoramento Ambiental do instituto, George Porto Ferreira, constatou que o Cerrado é o bioma mais degradado, enquanto o Pantanal é o mais preservado. O resultado foi obtido após análise do monitoramento dos biomas por meio de imagens de satélites entre 2008 e 2009.
O relatório trará ainda informações sobre a o avanço do desmatamento em todas as regiões do país. Informações sobre a Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pantanal, Pampa e Mata Atlântica facilitarão o trabalho de fiscalização e de repressão aos criminosos ambientais pela Polícia Federal.
Ferreira adiantou que os primeiros dados mostram que o Pantanal continuava praticamente preservado em 2009. Para ele, a situação do bioma se deve às características físicas que dificultam a ação dos desmatadores, com grandes planícies alagáveis e dificuldade de acesso.
O Cerrado, no sentido inverso, demonstrava desde o Marco Zero avanço na perda de vegetação. Em 2002, a área devastada chegava a 43,67% do total do bioma. Em 2008, cinco anos depois, esse número já beirava os 48%. A taxa anual de desmatamento no Cerrado até 2008 era de 14.200 Km² (0,69%).
"O monitoramento dos biomas brasileiros é importante para que possamos acompanhar, ano a ano, a situação de preservação desses ambientes. Antes não era possível saber o quanto se estava perdendo", salientou Ferreira.

Centro de monitoramento

O Centro de Monitoramento Ambiental do Ibama (Cemam) é responsável pelo acompanhamento dos biomas brasileiros. No combate ao desmatamento, a equipe técnica do órgão processa imagens e informações obtidas pelos satélites sinobrasileiro Cbers e o americano Landsat e gera relatórios das áreas de desmate e verificação de focos de calor.
O processamento dessas imagens exclui os polígonos menores que 24 hectares (limitação imposta pela resolução da imagem do satélite), e classifica os desmates quanto à ocorrência nos biomas brasileiros, terras indígenas, unidades de conservação, municípios, estados e propriedades rurais.

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