Código Florestal: Texto de Paulo Piau é "um Frankenstein", diz Pepe Vargas

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, qualificou de “Frankenstein” a última versão do Código Florestal, de autoria do deputado Paulo Piau (PMDB-MG), aprovado por 274 votos, no último dia 25. Ele avaliou que o projeto do Senado Federal estava longe de ser o ideal, embora fosse bem mais equilibrado do que o anterior produzido pelo deputado Aldo Rebelo, atual ministro do Esporte. Mas o último texto, que foi à sanção da presidente Dilma Rousseff, confere tratamento igual a agricultores familiares e grandes produtores. Fatalmente vários itens do projeto aprovado serão vetados pela presidente da República.

Coforme o ministro, o governo, desde o início, defendeu a preservação das florestas em pé, para que não houvesse o avanço do desmatamento como ocorreu no passado e, “infelizmente ainda ocorre”. O Executivo queria uma legislação que garantisse a recomposição das áreas consolidadas de atividades agrosilvopastoris. Para o governo era fundamental também garantir a diferenciação entre pequena e grande propriedade rural.

“Não podemos exigir de uma propriedade de 5 ou  7 hectares o mesmo que se cobra de uma com 5 mil, 15mil ou 20 mil hectares. “Isso é tão evidente que qualquer pessoa da sociedade, mesmo sem estar no debate, compreende”, afirmou Pepe Vargas, ao criticar a regra de recomposição de área de preservação permanente que vale tanto para os grandes quanto para os pequenos agricultores.

Pepe Vargas afirmou que o governo pode ter perdido a votação, mas não perdeu a garra. “Nós queremos uma legislação ambiental que preserve a vida, que combine a defesa da vida, a preservaçãoambiental com a necessidade de uma produção de alimentos saudáveis para o povo. Nesse processo, os agricultores familiares, os extrativistas e as comunidades tradicionais têm algo a dizer para esse país. São eles que produzem a maior parte dos alimentos e têm senso de preservação ambiental muito maior do que outras profissões”. Segundo ele, o debate em torno do Código Florestal ainda não terminou e terá desdobramentos.
 
Novos rounds desse embate em defesa da biodiversidade brasileira estão por vir. Após os prováveis vetos da presidente Dilma, o Congresso poderá derrubá-los. Mais uma vez estará à prova o comportamento da base aliada(?), lembrando que a maioria dos parlamentares que votou com Paulo Piaul está distribuída pelas bancadas que supostamente apoiam o governo petista.

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