Código Florestal: Câmara aprova o relatório do atraso
Amazônia: seca de 2010 |
A aprovação do relatório do deputado Paulo Piau, que modifica o Código Florestal brasileiro, foi entendida como derrota para o governo da presidente Dilma Rousseff. Não é bem assim. Os perdedores foram a sociedade, a atual e as futuras gerações, inclusive os 274 parlamentares que votaram com o relator mineiro.
A partir da decisão do Congresso Nacional teremos um país menor pela a redução da biodiversidade, da oferta de recursos hídricos e de um distanciamento, impossível de rapidamente ser calculado, da sonhada sustentabilidade. O verde, dominante na bandeira do Brasil e que tão bem traduz riqueza florestal brasileira, ficou desbotado com o relatório Piau.
Não se trata de fazer dramalhão. Longe disso. A insensibilidade, a irresponsabilidade e o atraso do Congresso Nacional foram manifestados, de forma inequívoca, na decisão da noite desta quarta-feira. Mais do que lamentar é preciso reagir contra a perda que 274 deputados impuseram à sociedade.
Diante da dimensão do país, não faltará quem julgue todos os alertas um exagero. Um desmatamento aqui ou outro acolá não poderá colocar em risco o país. Muitos pensaram assim quando começaram a desmatar o que hoje chamamos de caatinga. E o que restou desse quinhão do país? Um processo avançado de desertificação.Hoje, estamos prestes a repetir os mesmos gestos de décadas atrás, apenas com uma diferença: o novo Código Florestal chancela a degradação.
A substituição crescente da floresta por pastos na Amazônia dá sinais da perversa consequência que essa prática vai impor aos que ali vivem. Nos últimos anos, a estiagem tem se prolongado e o retrato da seca naquela região, chamada de “pulmão verde” do mundo, reproduz o cenário dramático do sertão: leitos de rios secos e o solo rachado pela combinação da falta de água e sol escaldante.
Em 2005, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) previa que somente dentro de 20 anos se repetiria a estiagem trágica que ocorreu na região. As previsões não se confirmaram e cinco anos depois, em 2010, lá estavam os ribeirinhos amazônicos vivendo uma situação idêntica a que exigiu do governo federal, na última segunda-feira (26), a liberação de R$ 2,723 bilhões para amenizar os impactos da estiagem que afeta 26 milhões de nordestinos.
No meio urbano, a ocupação desordenada dos morros, a cada verão, tem feito milhares de vítimas. As chuvas intensas provocam enchentes, desabamentos e patrocinam tragédias que consternam o país. Faltou bom senso para preservar a vegetação das encostas, necessária à fixação do solo. Nem mesmo as mais sofisticadas técnicas de engenharia são capazes de impedir os danos que se repetem todos os anos. Apesar dos alertas, tudo segue igual nas outras estações.
Hoje, a sociedade vai às ruas contra a corrupção, repetindo o gesto que, no passado, levou à derrocada um governo eleito pelo povo. Por que não ir às ruas em defesa do patrimônio ambiental, fundamental à qualidade de vida desse mesmo povo? Será que vamos nos render aos caprichos de uma minoria conhecida como bancada ruralista e à falta de bom senso de 274 indivíduos que aprovaram o relatório do atraso?
A partir da decisão do Congresso Nacional teremos um país menor pela a redução da biodiversidade, da oferta de recursos hídricos e de um distanciamento, impossível de rapidamente ser calculado, da sonhada sustentabilidade. O verde, dominante na bandeira do Brasil e que tão bem traduz riqueza florestal brasileira, ficou desbotado com o relatório Piau.
Não se trata de fazer dramalhão. Longe disso. A insensibilidade, a irresponsabilidade e o atraso do Congresso Nacional foram manifestados, de forma inequívoca, na decisão da noite desta quarta-feira. Mais do que lamentar é preciso reagir contra a perda que 274 deputados impuseram à sociedade.
Diante da dimensão do país, não faltará quem julgue todos os alertas um exagero. Um desmatamento aqui ou outro acolá não poderá colocar em risco o país. Muitos pensaram assim quando começaram a desmatar o que hoje chamamos de caatinga. E o que restou desse quinhão do país? Um processo avançado de desertificação.Hoje, estamos prestes a repetir os mesmos gestos de décadas atrás, apenas com uma diferença: o novo Código Florestal chancela a degradação.
A substituição crescente da floresta por pastos na Amazônia dá sinais da perversa consequência que essa prática vai impor aos que ali vivem. Nos últimos anos, a estiagem tem se prolongado e o retrato da seca naquela região, chamada de “pulmão verde” do mundo, reproduz o cenário dramático do sertão: leitos de rios secos e o solo rachado pela combinação da falta de água e sol escaldante.
Em 2005, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) previa que somente dentro de 20 anos se repetiria a estiagem trágica que ocorreu na região. As previsões não se confirmaram e cinco anos depois, em 2010, lá estavam os ribeirinhos amazônicos vivendo uma situação idêntica a que exigiu do governo federal, na última segunda-feira (26), a liberação de R$ 2,723 bilhões para amenizar os impactos da estiagem que afeta 26 milhões de nordestinos.
No meio urbano, a ocupação desordenada dos morros, a cada verão, tem feito milhares de vítimas. As chuvas intensas provocam enchentes, desabamentos e patrocinam tragédias que consternam o país. Faltou bom senso para preservar a vegetação das encostas, necessária à fixação do solo. Nem mesmo as mais sofisticadas técnicas de engenharia são capazes de impedir os danos que se repetem todos os anos. Apesar dos alertas, tudo segue igual nas outras estações.
Hoje, a sociedade vai às ruas contra a corrupção, repetindo o gesto que, no passado, levou à derrocada um governo eleito pelo povo. Por que não ir às ruas em defesa do patrimônio ambiental, fundamental à qualidade de vida desse mesmo povo? Será que vamos nos render aos caprichos de uma minoria conhecida como bancada ruralista e à falta de bom senso de 274 indivíduos que aprovaram o relatório do atraso?
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