Nova rota para o planeta


Ciclistas brasiliense (Foto:Ag.Brasil)

O 2º Passeio Ciclístico da Primavera Tempo de Plantar, promovido pelo projeto Ser Sustentável, do Correio, ocorreu ontem, uma semana após Brasília ser visitada pelo teólogo da libertação, filósofo e ambientalista Leonardo Boff, um dos autores da Carta da Terra. Coincidência? Provavelmente, não. Ainda ontem aconteceram mais de 1.500 eventos em 133 países de mobilização mundial pelo clima. No Brasil, o Rio de Janeiro foi palco de uma caminhada, em Copacabana. Hoje é o Dia Mundial sem Carro, mais uma ação voltada à melhoria das condições do planeta.

A Caminhada pelo Clima foi realizada em importantes cidades do mundo, como Berlim, Londres, Vancouver, Melbourne, na Austrália, e Nova Delhi, na Índia. O intuito é pressionar os líderes globais, que, no próximo dia 30, estarão reunidos, em Nova York, na Cúpula do Clima, para aprovarem metas mais ousadas, a fim de reduzir as emissões de gases de efeito estufa. No Brasil, o objetivo da ação desse domingo foi sensibilizar o governo a investir no desmatamento zero.

Todas essas iniciativas, com engajamento cada vez maior de pessoas, revelam que cresce a parcela da sociedade consciente de que a vitalidade do planeta está se exaurindo, frente aos modelos econômicos voltados à exploração desmedida do patrimônio natural e ao incentivo a um consumo inadequado.

Uma semana atrás, na palestra sobre sustentabilidade, Boff alertou que a Terra está no seu limite. Segundo ele, a elevação da temperatura global pode ser comparada à febre que nos alerta de que algo não vai bem em nosso organismo. Portanto, podemos relacionar a chuva intensa ao choro convulsivo, frente à doença que está se agravando.

Nos últimos anos, os brasilienses têm percebido que a seca e o calor são mais intensos, que as chuvas chegam mais fortes e causam danos à cidade. Isso se repete em muitos outros pontos do país e do planeta. As tragédias por fenômenos climáticos provocam grandes comoções, sofrimento pelas perdas humanas e materiais, transformações nas paisagens e muitos outros efeitos ruins para a vida de todos.

Assim, quando centenas de pessoas aceitam o convite para um passeio ciclístico, é possível perceber que elas estão conscientes de que é preciso mudar os paradigmas do consumo e poupar o planeta. Daí, é fundamental rever o sistema de transporte e diminuir o número de veículos em circulação.

Essa lógica aplicada ao transporte pode se estender às políticas econômicas e sociais. Daí, a importância de um envolvimento crescente da sociedade na definição de projetos enquadrados nos parâmetros da sustentabilidade. Cada cidadão tem que se sentir parte viva de cada de pedacinho do planeta, para, dessa forma, poupá-lo de agressões.
(Artigo publicado na edição de hoje (22/9) do jornal Correio Braziliense)


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