Poesia: Ao Cerrado

Adriano Carrijo

Aquele poeta tentou formar-se em letras
Que usava intensamente as letras
Que abusavam do poeta
Que o deixavam sem dormir
Que exigiam minúcias
Em troca de uma bolha
Que segundo as letras se tornariam

Em palavras
E crescendo mais um pouco virariam dialetos
Se alastrando venenosa tornar-se-iam idiomas
Esticando-se a vontade mais o avesso da pronύncia

O Poeta hoje tem a doçura dos costumes
Que formara sua cultura
E diferem tantos laços
Dos Países e outros sábios

De costumes e embaraços
Bolha essa de ilusão
Construída por ele em cursiva a mão
Caracterizou certamente a nação
E traz de volta ao coração

O que a distância
Espalhou no chão
Devido essa distância contigo
Preparo arranjos de trigo

À mesa se sentam os amigos
Surpresas virão, eu te digo
Não perco a vontade jamais
Isso eu jurei por demais
Que um dia essa Bolha de sais
Ácido ou minerais
De dentro de si sairia
Na esperada partida do cais

Poeta agora se salva
A si próprio e tua alma
Mendigo de sua raiz
Escreve agora com giz
Foi isso que eu sempre quis

De volta ao cerrado querido
Agora como marido
Escrevo e ressalto
Em negrito ou colorido
O que eu no fundo sabia

Que dessa água eu beberia
E pro mundo real voltaria.

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