NÓS & ELES

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A SOCIEDADE está dividida entre  “NÓS” e “ELES”. Não se trata de reproduzir o entendimento de alguns esquerdistas, que se tornaram iguais a “ELES”, como ficou claro nas denúncias de corrupção da Lava-Jato e em outras forças-tarefa. É a realidade brasileira. O país, secularmente, foi dividido em NÓS e ELES. Tanto é assim que a sociedade é estratificada em classes. Na base, está a maioria das pessoas. No pico, da pirâmide, está a minoria que detém o poder político e econômico, que explora a minoria (ELES).

NÓS somos os trabalhadores que ralamos 8, 10, 12 horas por dia no trabalho para, no fim do mês, ganhar um salário insuficiente para pagar as contas, honrar os escorchantes impostos e enfrentamos grandes dificuldades para nos sustentar. ELES são os políticos e os empresários, uma corja de indecentes, imorais e, sobretudo, perversos. Como costumamos dizer: gente do mal, radicalmente do mal.

NÓS ficamos desesperados e perdemos o sono quando não conseguimos pagar uma conta ou temos que rolar a dívida do cartão de crédito. NÓS ficamos acabrunhados, quando temos que ir ao banco e pedir um empréstimo para tampar um buraco aqui e outro acolá no orçamento, pois um imprevisto qualquer, por menor que seja, desestabiliza o orçamento mensal. Qualquer inesperado é um rombo irremediável.

ELES têm poder financeiro, comando grandes conglomerados industriais ou comerciais. Estão à frente dos grandes bancos ou são campeões de produtos que somente o Brasil permite que o sejam. Tudo conquista do com trabalho árduo? Não é bem assim. ELES conseguiram as benesses do Estado e, hoje, sabemos como isso é possível: por meio de troca de favores, ou no linguajar popular, por meio de negociatas movidas por propinas ou chantagens. Corrupção

Daí vêm os empréstimos a fundo perdido para irrigar os bons negócios e muitos outros privilégios que dão a ELES o rótulo de homens bem-sucedidos. NÓS estamos na base de sustentação. NÓS somos espoliados diuturnamente em nossos direitos. NÓS somos os escravos, como aqueles do início do século 16.

ELES compram parlamentares, juízes, desembargadores, autoridades de todos os Poderes, que se colocam na vitrine à venda. Personalidades que chegaram ao poder precificados — deixam de ser humanos para se tornarem mercadorias amorais, sem caráter, sem honra, sem dignidade. ELES são maléficos e contaminam a estrutura orgânica do Estado, prontos para comprar e ser comprados. ELES são os corruptos e corruptores. ELES fazem transações com valores estratosféricos.  A fonte do dinheiro somos NÓS, por meio da nossa força de trabalho, de geração de riquezas, dos impostos absurdos que entregamos aos malandros que se organizam em grupos mafiosos.

Negar essa divisão é pura hipocrisia ou negativa de uma realidade que se mantém há mais de 500 anos. Dizer que precisamos estar unidos é estupidez. Como vou ser aliada dos inimigos, que me exploram, me fazem sofrer todos os dias, que me negam o direito à saúde, à educação, me expõem à insegurança, alimentada por ELES, por meio da miséria que impõem à maioria? Como vou aceitá-LOS quando lucram, cada vez mais, com os homicídios dos iguais a mim, colocam meus filhos em risco letal? ELES estão organizados como facções criminosas. Matam sem puxar o gatilho, quando negam aos despossuídos o direito fundamental à saúde. Matam quando fazem vista grossa às organizações formadas dentro do Estado para eliminar negros, pobres e quem se insurge contra ELES.

ELES assassinam todos os dias centenas de pessoas, quando desviam o dinheiro das políticas públicas reivindicadas pela população. Não venham me dizer que não a divisão não existe nem deveria existir. Somos NÓS contra ELES, sim. O fim dessa divisão depende de NÓS, não da Justiça que é igual a ELES. A luta não é armada, mas na urna.

O fim dessa divisão só ocorrerá quando NÓS passarmos a eleger para todos os cargos os que são iguais a NÓS, que vivenciaram ao longo da vida as nossas dificuldades. ELES fizeram a divisão e produzem leis que nos massacram ainda mais e lhes garantem benefícios que a NÓS são negados todos os dias. Enquanto não soubermos identificar os inimigos continuaremos a conviver com ELES e com as atrocidades que são capazes de praticar contra NÓS.

A pacificação virá com um projeto de nação escrito por NÓS, que assegure equidade social e econômica, fim da miséria, serviços públicos de qualidade, eliminação dos preconceitos (homofobia, misogenia, racismo intolerâncias de todos os tipos), justiça que não seja cega, mas capaz de enxergar e decidir a favor dos injustiçados. O fim da divisão depende de oito letras: RESPEITO a todos NÓS.

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